segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

10 Clássicas Desculpas Para Justificar a Negligência em Obedecer a Um dos Mandamentos da Lei Divina

Prof. Azenilto Brito

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Numa análise crítica elogiosa do livro do Dr. Samuele Bacchiocchi, Divine Rest for a Restless Humanity Divino[Descanso Para Uma Humanidade Intranqüila] a tradicional revista evangélica americana Christianity Today menciona que o mandamento do sábado é o "mais negligenciado" na sociedade moderna. E as desculpas com que se busca justificar tal negligência são várias, mas alistamos 10 das mais "clássicas", porém não menos "esfarrapadas".
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1a. - A lei foi inteiramente abolida, restando-nos agora apenas os mandamentos de amor a Deus e ao próximo; não mais o velho código de leis veterotestamentário, mas regras esparsas aqui e acolá pelo Novo Testamento; nada de codificação legal à base do “faça isso” ou “não faça aquilo”.

Ponderações e perguntas para reflexão: Os princípios de amor a Deus e ao próximo são só do Novo Testamento? Que tal examinar Levítico 19:18 de Deuteronômio 6:5? Jesus mesmo declarou: “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15). Também no Novo Testamento temos inúmeras regras de “faça isso” e “não faça aquilo”. Os autores do Novo Testamento não dizem simplesmente: “Contemplem a Cristo e isso é tudo quanto precisam fazer. Não se preocupem com regras nenhumas, de fazer isto ou não fazer aquilo”.
O contemplar a Cristo deve motivar o crente e buscar saber como melhor servi-Lo, e quantas instruções específicas se acham nas páginas neotestamentárias a respeito do que fazer e não fazer. Eis alguns exemplos tomados ao acaso: “compartilhai as necessidades dos santos”; “praticai a hospitalidade”; “não sejais sábios aos vossos próprios olhos”; “apresentai os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”; “lançai fora o velho fermento”; “não vos associeis com os impuros”; “fugi da impureza”; “se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo”; “não havendo intérprete, fique calado na igreja”; “tornai-vos à sobriedade”; “orai sem cessar”.

2a. - Devemos ser santos ao Senhor todos os dias, não somente no dia de sábado.

Ponderações e perguntas para reflexão: Acaso o conceito de santidade diária EXCLUI a necessidade de manter-se esse dia de repouso? Uma vez que Cristo disse ter sido o sábado estabelecido “por causa do homem” (Marcos 2:27), isso se aplica a todos os povos, em todas as épocas.

O dever de ser santos ao Senhor sempre NÃO É NENHUMA NOVIDADE, coisa só da “dispensação cristã”, como alguns imaginam. Basta ler a ordem divina em Êxo. 19:6—“sereis nação santa”. E em Deut. 5:32 e 33 é ordenado ao povo de Israel: “Cuidareis em fazerdes como vos mandou o Senhor vosso Deus: não vos desviareis, nem para a direita, nem para a esquerda. Andareis em todo o caminho que vos manda o Senhor vosso Deus, para que vivais, bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.” No capítulo seguinte lemos ainda: “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te” (Deut. 6:6, 7). Assim, na “dispensação cristã” é reiterado, não “inaugurado” esse princípio de sermos SEMPRE santos ao Senhor: “Sede, vós, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48). Simples de entender e perceber, não tão simples de praticar, não é mesmo?

3a. - Guardar o sábado “judaico” seria posicionar-se “debaixo da lei”, mas nós agora estamos é “debaixo da graça".

Ponderações e perguntas para reflexão: Por que somente atribuem ao mandamento do sábado o qualificativo de “judaico”, embora os outros nove pertençam ao mesmo código? O “não matarás”, “não furtarás”, “honra teu pai e tua mãe”, “não dirás o nome do Senhor Teu Deus em vão” não seriam também “judaicos”? Por outro lado, o estar “debaixo da lei”, tanto no contexto de Rom. 6:14 quanto Gálatas 5:16-21 significa estar vivendo na prática do pecado, e não em obediência a essa lei. O início de Rom. 6:14 declara, “porque o pecado [não a lei] não terá domínio sobre vós”. A definição bíblica de pecado encontramos em 1 João 3:4—“pecado é transgressão da lei”.

4a. - O sábado é mandamento “cerimonial”, e não moral, pois a Bíblia não diz que Adão o guardasse; tampouco há divisão na lei em mandamentos morais, cerimoniais, civis, etc., sendo tal divisão uma “invenção despropositada dos sabatistas".

Ponderações e perguntas para reflexão: Adão era homem ou era bicho? Sim, porque Jesus declarou que “o sábado foi feito por causa do homem” (Marcos 2:27). Se Adão era homem então o mandamento do sábado foi estabelecido para ele também, o que é claramente indicado em Gên. 2:2, 3 e Êxo. 20:8-11. No relato da Criação é dito que Deus fez três coisas com relação ao sétimo dia: nele descansou, o abençoou e santificou. “Santificar” significa separar para uso sagrado, e sendo que Deus é absolutamente santo, Ele nada teria para santificar para Si mesmo. Se o fez com relação ao sétimo dia, o sábado, foi para o homem, segundo o confirmou Cristo.

A divisão das leis em “moral”, “cerimonial”, “civil”, “higiênica” já era há muito reconhecida pelos autores das mais Confissões de Fé da cristandade protestante da maior autoridade, fato também reconhecido por estudantes e autores bíblicos das mais diferentes igrejas cristãs ao longo da história. Mais antes deles todos, já o apóstolo Paulo isto estabelece em 1 Cor. 7:19, falando de mandamentos que valiam, mas agora não importa mais, e mandamentos que importam serem obedecidos: “A circuncisão em si não é nada; a incircuncisão também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças [mandamentos] de Deus”.

5a. - Quem insiste na guarda do sábado é por não ter sido “libertado” pela mensagem do evangelho, mas prefere manter-se na “escravidão da lei”; os sabatistas certamente nada sabem sobre a salvação pela graça e justificação pela fé, coitados. . .

Ponderações e perguntas para reflexão: Quem faz esse tipo de afirmação desconhece o pensamento oficial das igrejas cristãs observadoras do sábado. Todas elas apresentam a salvação inteiramente pela graça de Cristo, à parte das obras da lei. A questão da obediência aos mandamentos entra no campo da santificação, não da justificação. Ademais, Paulo mesmo esclarece que a fé estabelece a lei, não a anula (Rom. 3:31). Ele fala do uso legítimo da lei (1 Tim. 1:8) que certamente representa sua obediência baseada em amor a Deus e ao próximo. Tiago declara que “a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tia. 2:17) e a célebre e tão citada passagem de Efés. 2:8, 9—“pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”—é acompanhada do vs. 10 que nem sempre é lembrado nesse contexto: “Pois somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas".

6a. - Nove mandamentos são repetidos no Novo Testamento, menos o do sábado.

Ponderações e perguntas para reflexão: O Novo Testamento não tem como objetivo repetir mandamentos antigos para revalidá-los. Jesus indicou que não veio abolir a lei, e sim cumpri-la e insistiu em que a obediência aos mandamentos fosse a mais perfeita possível, superior à justiça dos fariseus e saduceus (Mateus 5:19, 20).

Não há nenhuma repetição ipsis literis dos mandamentos “não farás para ti imagens de escultura”, nem “não dirás o nome do Senhor Teu Deus e vão”, apenas referências indiretas aos mesmos. Aliás, não há sequer alguma proibição contra a prática condenada pela lei de consultar os mortos (ver Êxodo 22:18; Deuteronômio 18:10-14 e Isaías 8:19, 20). Seriam, pois, permitidas desde os tempos do Novo Testamento?

7a. - Não há obrigatoriedade de observância de dia nenhum pois o sábado era apenas “sombra” do repouso espiritual propiciado por Cristo.

Ponderações e perguntas para reflexão: Se o sábado teria de ser abolido por tratar-se apenas de um símbolo, o que realmente simbolizaria? A resposta mais comum dos semi-antinomistas é de que seria símbolo do repouso que o pecador encontra em Cristo, tendo Hebreus 4 como fundamento de tal raciocínio. Isso, porém, não se justifica porque em Hebreus 11 encontramos os tantos heróis da fé que encontraram esse repouso em Cristo e nem por isso isentaram-se da observância do sábado.

Sobre o próprio Moisés, o grande legislador de Israel em nome de Deus, é dito que “considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Heb. 11:26). Davi foi outro desses heróis da fé que encontraram esse repouso espiritual em Cristo. E ele declara: “Agrada-me fazer a Tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a Tua lei” (Salmo 40:8). Alguém negará que nessa lei que ele tinha no coração, prefigurando até a própria experiência de Cristo (ver Heb. 10:5-7 cf. Salmo 40:6-8) o sábado estaria de fora? Claro que não. Então, o principal argumento de o sábado ser mero símbolo desse repouso em Cristo pelo perdão dos pecados perde totalmente o sentido.

8a. - Jesus não respeitou o mandamento do sábado, mas o transgredia sistematicamente mostrando que seria abolido em breve; Ele disse ser “Senhor do sábado” para mostrar que veio para acabar com esse terrível jugo. . .

Ponderações e perguntas para reflexão: Encontramos a Cristo, em pleno exercício de Seu ministério, confrontando fariseus e saduceus no que tange à observância do sábado. É aí onde muitos se atrapalham e não percebem o sentido mais amplo e profundo desses debates e colocam a Jesus criticando os que obedecem um mandamento da lei estabelecido por Ele próprio como Criador do mundo (Heb. 1:2)! Contudo, diante das acusações contra Ele assacadas por fariseus e saduceus (e alguns cristãos contemporâneos) Cristo Se defende declarando que fazia somente o que era “lícito” no sábado (Mat. 12:12). Também acentua ser Ele “o Senhor do sábado” (Mat. 12:8), Aquele que zela pelo seu correto cumprimento, como zelou pela casa de Deus expulsando de lá os cambistas mais adiante, após ter entrado triunfalmente em Jerusalém (Mat. 21:12, 13). Assim, o teor dos debates de Cristo quanto ao sábado não era quanto à validade do mandamento, e sim quanto à maneira de observá-lo.

9a. - Paulo ensinou que o sábado foi abolido na cruz; agora vale: ou qualquer dia, ou dia nenhum para o cristão, à luz de Col. 2:16 Romanos 14:5 e 6 e Gálatas 4:9 e 10.

Ponderações e perguntas para reflexão: Acaso existe algum registro nas Escrituras ou na história de alguma comunidade cristã dos primeiros tempos que tinha tal regra de conduta—observar o dia que melhor conviesse à pessoa (ou a seu patrão), ou dia nenhum? Os textos referidos em Romanos referem-se a dias de festas nacionais ou dias de jejuns dos judeus, que Paulo deixou a critério dos crentes de origem judaica mantê-los ou não, pois era parte da cultura judaica—verdadeiros “feriados nacionais” para os judeus que alguns ainda julgavam importantes (mas nem todos).

Em Gálatas ele se refere a dias festivos do calendário pagão, a que alguns cristãos de origem gentílica ainda se apegavam, e para estes dias Paulo não abriu mão de proibir sua observância. Pode-se observar a diferença de tratamento entre as regras quanto a uns e outros. João no Apocalipse fala do “dia do Senhor” que dedicava a Deus (1:10), portanto era um dia específico, não qualquer um.

Em Colos. 2:16, 17 Paulo trata, não de observância, mas de julgamento por observância. Aliás, nem aparece a palavra “lei” em todo o capítulo. Ele discute atitudes de hereges colossenses sobre os quais nem se tem muita informação, e estes se punham a estabelecer regras rigorosas para a comunidade cristã, condenando o tipo de observâncias que mantinham. Muitos eruditos interpretam tais textos como referindo-se aos sábado cerimoniais, não semanais, pois se preocupam com a evidente e contraditória situação de Paulo indispor-se contra uma instituição de um dia de repouso, o que não faria sentido à luz do que Jesus disse em Marcos 2:27, 28, Apoc. 1:10 e a prática dos cristãos de observar o sábado (cf. Lucas 23:56).

10a. - Não há meios de se observar o sábado universalmente pois os esquimós, por exemplo, não têm pôr do sol em que se orientar para assinalar o princípio e fim dos dias.

Ponderações e perguntas para reflexão: Se há essas “dificuldades técnicas” para observar o sábado em todo o mundo, não fica implícito que Deus, afinal de contas, não é um Legislador tão competente pois não criou uma “lei perfeita”? Na verdade, Deus deu a Israel a ordem de ser Suas “testemunhas” (Isa. 43:10) e colocou a nação na encruzilhada do mundo para transmitir aos moradores de toda a Terra o conhecimento do verdadeiro Deus, Sua lei e Seu plano de salvação (Isaías 60:1-4; cf, Atos 13:47). Prova disso temos em Isaías 56: 6, 7, onde “os filhos dos estrangeiros” são especificamente convidados a acatarem o concerto de Israel, exatamente passando a observar o sábado.

O texto bíblico do relato da Criação estabelece claramente em Gênesis 1:14-19: "E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto".

Leiamos agora Atos 17:26: "De um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação". Desta passagem, à luz do texto de Gênesis acima mencionado, fica claro que o homem devia viver sobre a face da terra, dentro dos "limites de sua habitação", tendo o sol, a lua para governar-lhe a vida segundo o que é um "dia" ou uma "noite". Assim, os que vão habitar em regiões que não são assim governados regularmente, como no caso de alguma colônia submarina que fosse criada e pessoas ali passassem a habitar (fugindo desses limites traçados por Deus), ou se forem habitar noutro planeta ou estação orbital, claro que haverá exceções a essa regra divinamente estabelecida. Contudo, tais circunstâncias NÃO SÃO determinadas por Deus e sim pelo homem.

Não obstante, cremos que na Sua misericórdia os que passarem a viver sob tais circunstâncias não serão excluídos da atenção divina. Terão que empreender alguma pequena adaptação, pois levarão das regiões designadas para habitação do homem os elementos naturais (inclusive alimentos básicos) que ali não constam. Os habitantes dos pólos não têm os mantimentos vegetais que Deus designou também para o homem (Gên. 1:29), mas os obterão das regiões "naturais". É uma forma de adaptação do que Deus estabeleceu por circunstâncias por eles criadas.

Essa situação não afeta somente algum sabatista que ali fosse habitar. Os batistas dentre os esquimós ou lapões, por exemplo, terão que também adaptar-se para cumprir o que suas confissões de fé históricas estabelecem quando à observância do domingo, para homenagear a Ressurreição, pois terão que valer-se também das horas do relógio. Mas se algum "sabatista" tiver dúvidas sobre quando iniciar o seu sábado nessas circunstâncias fora do natural é fácil resolver o dilema: basta perguntar aos irmãos batistas, ou metodistas, que lhes informarão quando iniciam o seu domingo, e com base nisso o adventista do sétimo dia poderá calcular aproximadamente quando iniciar o seu sábado.

Considerações Finais
Examinando mais detidamente os dados bíblicos e históricos para constatar que a lei moral de Deus, com o seu 4o. mandamento, não sofreu qualquer alteração quando Deus prometeu escrevê-la no coração e mente dos que aceitam os termos do Novo Concerto (Novo Testamento), segundo Hebreus 8:6-10; 10:16 (cf. Jer. 31:31-33 e Eze. 36:26, 27). Assim, o sábado do sétimo dia segue sendo o “dia do Senhor”, pois nada há que justifique biblicamente a mudança de tal dia para o domingo como dia de observância dedicado a Deus.

A mudança, de fato, ocorreu, mas desautorizadamente, por motivos de apostasia da liderança da Igreja em Roma, para ser “politicamente correta” diante das severas medidas antijudaicas do imperador romano Adriano pelo ano 135 AD, fato reconhecido pelas mais diferentes autoridades históricas, inclusive do seio do protestantismo, e pela própria Igreja Católica, responsável por tal alteração da lei divina. Qualquer catecismo católico denunciará mudanças desautorizadas no Decálogo: o segundo mandamento, “não farás para ti imagens de escultura” foi inteiramente eliminado, e o mandamento do sábado foi substituído pela regra “Guardar domingos e festas”, que ocupa o lugar do 3o. mandamento.

Mas vejamos alguns “sinais de perigo”, que propositadamente vamos colocar em vermelho:

# A mudança do dia de adoração não tem fundamento bíblico, e o Dia do Senhor prossegue sendo o sábado do sétimo dia, como o Criador instituiu na Semana da Criação, em comemoração do Seu ato criador. O sábado é o selo de Deus (Ezequiel 20:12 e 20:20), de que fala Apocalipse 7:3.

# A observância do domingo, como dia de adoração, não agrada a Deus, e é uma homenagem à igreja de Roma, que o sustenta desde meados do segundo século, com o decreto de Constantino em 7 de março de 321 vindo reforçar a instituição, e uma homenagem ao poder que por trás dela está.

# O mesmo Deus que não muda (Malaquias 3:6), de cuja boca saiu o que é justo e cuja Palavra não voltará atrás (Isaías 45:23), e que prometeu que não fará coisa alguma sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas (Amós 3:7), o mesmo Deus que afirmou pela boca que Cristo que não veio revogar a Lei, e que até que o céu e a terra passem nem um i ou um til jamais passará da Lei até que tudo se cumpra (Mateus 5:17-18), esse Deus, coerente com Sua Palavra que não muda,

* jamais teria autorizado alguma alteração em Sua Lei (e a mudança do sábado do sétimo dia para outro dia é alteração da Lei) sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas (e nada há na Palavra de Deus que mostre essa revelação);

* jamais teria quebrado Sua Palavra, pois Ele não muda e ela não volta atrás, pois mentiroso e pai da mentira é Satanás, que distorce as Escrituras, retirando passagens do contexto para alterar o seu sentido.

10 Perguntas para os que NÃO Acreditam na Trindade

Prof. Azenilto Brito


1a. - Se Jesus era menor do que Deus, como pode também ser “o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Heb. 13:8)?

2a. - Já que o Senhor não dará a Sua glória a nenhum outro ser (Isaías 42:8; 48:11) como pôde o Senhor Jesus pedir ao Pai: “Glorifica-Me contigo mesmo com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo” (João 17:5). E como pôde Pedro atribuir-lhe glória, que só deveria ser atribuída a Deus (2 Pedro 3:8)?

3a. - Jeová Se refere a Si mesmo como tendo sido traspassado (Zacarias 12:1 e 10), mas como em Apocalipse 1:7 todos verão a Cristo como Aquele que foi traspassado?

4a. - Como podem tanto Jesus como Jeová revelar-Se com a mesma designação, “Eu sou” (Êxodo 3:14; João 8:58; 18:5, 6 e 8)?

5a. - Jeová é o primeiro e o último (Isaías 41:5; 55:6; 48:12), mas o mesmo qualificativo é atribuído a Jesus: Apocalipse. 1:11-17; 2:8; 22:13. Como pode haver dois primeiros e dois últimos?

6a. - Como explicam que Isaías 6:1:1-10 apresenta a visão do profeta que claramente se refere a Jeová, sentado no Seu alto e sublime trono, mas João 12:36-41 aplica a passagem a Jesus e Paulo informa que quem disse aquelas palavras a Isaías foi o Espírito Santo (Atos 28:25-27)?

7a. - Pode Jesus ser adorado não sendo Deus (Mateus 2:2, 8, 11; 14:33; 15:25; 20:20; 28:9, 17; Marcos 5:6; Lucas 24:52; João 9:38) quando Deus mesmo manda os anjos adorá-lo: Hebreus 1:6?

8a. - Se Jesus Cristo não é Deus, por que não corrigiu Tomé quando este a Ele se referiu dizendo: “Meu Senhor e meu Deus”(João 20:28)?

9a. - Como explicar que Cristo foi ressuscitado pelo Pai (Atos 10:40; 13:30), por Seu próprio poder (João 10: 17, 18) e pelo Espírito Santo (Romanos 8:11)?

10a. - Se o Espírito Santo não é uma divina pessoa, por que Se dirige a Si mesmo com um pronome pessoal: Atos 13:2, 4?

10 Clássicas Desculpas Para Justificar a Negligência em Obedecer a Um dos Mandamentos da Lei Divina

Prof. Azenilto Brito

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Numa análise crítica elogiosa do livro do Dr. Samuele Bacchiocchi, Divine Rest for a Restless Humanity Divino[Descanso Para Uma Humanidade Intranqüila] a tradicional revista evangélica americana Christianity Today menciona que o mandamento do sábado é o "mais negligenciado" na sociedade moderna. E as desculpas com que se busca justificar tal negligência são várias, mas alistamos 10 das mais "clássicas", porém não menos "esfarrapadas".
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1a. - A lei foi inteiramente abolida, restando-nos agora apenas os mandamentos de amor a Deus e ao próximo; não mais o velho código de leis veterotestamentário, mas regras esparsas aqui e acolá pelo Novo Testamento; nada de codificação legal à base do “faça isso” ou “não faça aquilo”.

Ponderações e perguntas para reflexão: Os princípios de amor a Deus e ao próximo são só do Novo Testamento? Que tal examinar Levítico 19:18 de Deuteronômio 6:5? Jesus mesmo declarou: “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15). Também no Novo Testamento temos inúmeras regras de “faça isso” e “não faça aquilo”. Os autores do Novo Testamento não dizem simplesmente: “Contemplem a Cristo e isso é tudo quanto precisam fazer. Não se preocupem com regras nenhumas, de fazer isto ou não fazer aquilo”.
O contemplar a Cristo deve motivar o crente e buscar saber como melhor servi-Lo, e quantas instruções específicas se acham nas páginas neotestamentárias a respeito do que fazer e não fazer. Eis alguns exemplos tomados ao acaso: “compartilhai as necessidades dos santos”; “praticai a hospitalidade”; “não sejais sábios aos vossos próprios olhos”; “apresentai os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”; “lançai fora o velho fermento”; “não vos associeis com os impuros”; “fugi da impureza”; “se alguém tem fome, coma em casa, a fim de não vos reunirdes para juízo”; “não havendo intérprete, fique calado na igreja”; “tornai-vos à sobriedade”; “orai sem cessar”.

2a. - Devemos ser santos ao Senhor todos os dias, não somente no dia de sábado.

Ponderações e perguntas para reflexão: Acaso o conceito de santidade diária EXCLUI a necessidade de manter-se esse dia de repouso? Uma vez que Cristo disse ter sido o sábado estabelecido “por causa do homem” (Marcos 2:27), isso se aplica a todos os povos, em todas as épocas.

O dever de ser santos ao Senhor sempre NÃO É NENHUMA NOVIDADE, coisa só da “dispensação cristã”, como alguns imaginam. Basta ler a ordem divina em Êxo. 19:6—“sereis nação santa”. E em Deut. 5:32 e 33 é ordenado ao povo de Israel: “Cuidareis em fazerdes como vos mandou o Senhor vosso Deus: não vos desviareis, nem para a direita, nem para a esquerda. Andareis em todo o caminho que vos manda o Senhor vosso Deus, para que vivais, bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.” No capítulo seguinte lemos ainda: “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te” (Deut. 6:6, 7). Assim, na “dispensação cristã” é reiterado, não “inaugurado” esse princípio de sermos SEMPRE santos ao Senhor: “Sede, vós, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48). Simples de entender e perceber, não tão simples de praticar, não é mesmo?

3a. - Guardar o sábado “judaico” seria posicionar-se “debaixo da lei”, mas nós agora estamos é “debaixo da graça".

Ponderações e perguntas para reflexão: Por que somente atribuem ao mandamento do sábado o qualificativo de “judaico”, embora os outros nove pertençam ao mesmo código? O “não matarás”, “não furtarás”, “honra teu pai e tua mãe”, “não dirás o nome do Senhor Teu Deus em vão” não seriam também “judaicos”? Por outro lado, o estar “debaixo da lei”, tanto no contexto de Rom. 6:14 quanto Gálatas 5:16-21 significa estar vivendo na prática do pecado, e não em obediência a essa lei. O início de Rom. 6:14 declara, “porque o pecado [não a lei] não terá domínio sobre vós”. A definição bíblica de pecado encontramos em 1 João 3:4—“pecado é transgressão da lei”.

4a. - O sábado é mandamento “cerimonial”, e não moral, pois a Bíblia não diz que Adão o guardasse; tampouco há divisão na lei em mandamentos morais, cerimoniais, civis, etc., sendo tal divisão uma “invenção despropositada dos sabatistas".

Ponderações e perguntas para reflexão: Adão era homem ou era bicho? Sim, porque Jesus declarou que “o sábado foi feito por causa do homem” (Marcos 2:27). Se Adão era homem então o mandamento do sábado foi estabelecido para ele também, o que é claramente indicado em Gên. 2:2, 3 e Êxo. 20:8-11. No relato da Criação é dito que Deus fez três coisas com relação ao sétimo dia: nele descansou, o abençoou e santificou. “Santificar” significa separar para uso sagrado, e sendo que Deus é absolutamente santo, Ele nada teria para santificar para Si mesmo. Se o fez com relação ao sétimo dia, o sábado, foi para o homem, segundo o confirmou Cristo.

A divisão das leis em “moral”, “cerimonial”, “civil”, “higiênica” já era há muito reconhecida pelos autores das mais Confissões de Fé da cristandade protestante da maior autoridade, fato também reconhecido por estudantes e autores bíblicos das mais diferentes igrejas cristãs ao longo da história. Mais antes deles todos, já o apóstolo Paulo isto estabelece em 1 Cor. 7:19, falando de mandamentos que valiam, mas agora não importa mais, e mandamentos que importam serem obedecidos: “A circuncisão em si não é nada; a incircuncisão também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças [mandamentos] de Deus”.

5a. - Quem insiste na guarda do sábado é por não ter sido “libertado” pela mensagem do evangelho, mas prefere manter-se na “escravidão da lei”; os sabatistas certamente nada sabem sobre a salvação pela graça e justificação pela fé, coitados. . .

Ponderações e perguntas para reflexão: Quem faz esse tipo de afirmação desconhece o pensamento oficial das igrejas cristãs observadoras do sábado. Todas elas apresentam a salvação inteiramente pela graça de Cristo, à parte das obras da lei. A questão da obediência aos mandamentos entra no campo da santificação, não da justificação. Ademais, Paulo mesmo esclarece que a fé estabelece a lei, não a anula (Rom. 3:31). Ele fala do uso legítimo da lei (1 Tim. 1:8) que certamente representa sua obediência baseada em amor a Deus e ao próximo. Tiago declara que “a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tia. 2:17) e a célebre e tão citada passagem de Efés. 2:8, 9—“pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”—é acompanhada do vs. 10 que nem sempre é lembrado nesse contexto: “Pois somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas".

6a. - Nove mandamentos são repetidos no Novo Testamento, menos o do sábado.

Ponderações e perguntas para reflexão: O Novo Testamento não tem como objetivo repetir mandamentos antigos para revalidá-los. Jesus indicou que não veio abolir a lei, e sim cumpri-la e insistiu em que a obediência aos mandamentos fosse a mais perfeita possível, superior à justiça dos fariseus e saduceus (Mateus 5:19, 20).

Não há nenhuma repetição ipsis literis dos mandamentos “não farás para ti imagens de escultura”, nem “não dirás o nome do Senhor Teu Deus e vão”, apenas referências indiretas aos mesmos. Aliás, não há sequer alguma proibição contra a prática condenada pela lei de consultar os mortos (ver Êxodo 22:18; Deuteronômio 18:10-14 e Isaías 8:19, 20). Seriam, pois, permitidas desde os tempos do Novo Testamento?

7a. - Não há obrigatoriedade de observância de dia nenhum pois o sábado era apenas “sombra” do repouso espiritual propiciado por Cristo.

Ponderações e perguntas para reflexão: Se o sábado teria de ser abolido por tratar-se apenas de um símbolo, o que realmente simbolizaria? A resposta mais comum dos semi-antinomistas é de que seria símbolo do repouso que o pecador encontra em Cristo, tendo Hebreus 4 como fundamento de tal raciocínio. Isso, porém, não se justifica porque em Hebreus 11 encontramos os tantos heróis da fé que encontraram esse repouso em Cristo e nem por isso isentaram-se da observância do sábado.

Sobre o próprio Moisés, o grande legislador de Israel em nome de Deus, é dito que “considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Heb. 11:26). Davi foi outro desses heróis da fé que encontraram esse repouso espiritual em Cristo. E ele declara: “Agrada-me fazer a Tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a Tua lei” (Salmo 40:8). Alguém negará que nessa lei que ele tinha no coração, prefigurando até a própria experiência de Cristo (ver Heb. 10:5-7 cf. Salmo 40:6-8) o sábado estaria de fora? Claro que não. Então, o principal argumento de o sábado ser mero símbolo desse repouso em Cristo pelo perdão dos pecados perde totalmente o sentido.

8a. - Jesus não respeitou o mandamento do sábado, mas o transgredia sistematicamente mostrando que seria abolido em breve; Ele disse ser “Senhor do sábado” para mostrar que veio para acabar com esse terrível jugo. . .

Ponderações e perguntas para reflexão: Encontramos a Cristo, em pleno exercício de Seu ministério, confrontando fariseus e saduceus no que tange à observância do sábado. É aí onde muitos se atrapalham e não percebem o sentido mais amplo e profundo desses debates e colocam a Jesus criticando os que obedecem um mandamento da lei estabelecido por Ele próprio como Criador do mundo (Heb. 1:2)! Contudo, diante das acusações contra Ele assacadas por fariseus e saduceus (e alguns cristãos contemporâneos) Cristo Se defende declarando que fazia somente o que era “lícito” no sábado (Mat. 12:12). Também acentua ser Ele “o Senhor do sábado” (Mat. 12:8), Aquele que zela pelo seu correto cumprimento, como zelou pela casa de Deus expulsando de lá os cambistas mais adiante, após ter entrado triunfalmente em Jerusalém (Mat. 21:12, 13). Assim, o teor dos debates de Cristo quanto ao sábado não era quanto à validade do mandamento, e sim quanto à maneira de observá-lo.

9a. - Paulo ensinou que o sábado foi abolido na cruz; agora vale: ou qualquer dia, ou dia nenhum para o cristão, à luz de Col. 2:16 Romanos 14:5 e 6 e Gálatas 4:9 e 10.

Ponderações e perguntas para reflexão: Acaso existe algum registro nas Escrituras ou na história de alguma comunidade cristã dos primeiros tempos que tinha tal regra de conduta—observar o dia que melhor conviesse à pessoa (ou a seu patrão), ou dia nenhum? Os textos referidos em Romanos referem-se a dias de festas nacionais ou dias de jejuns dos judeus, que Paulo deixou a critério dos crentes de origem judaica mantê-los ou não, pois era parte da cultura judaica—verdadeiros “feriados nacionais” para os judeus que alguns ainda julgavam importantes (mas nem todos).

Em Gálatas ele se refere a dias festivos do calendário pagão, a que alguns cristãos de origem gentílica ainda se apegavam, e para estes dias Paulo não abriu mão de proibir sua observância. Pode-se observar a diferença de tratamento entre as regras quanto a uns e outros. João no Apocalipse fala do “dia do Senhor” que dedicava a Deus (1:10), portanto era um dia específico, não qualquer um.

Em Colos. 2:16, 17 Paulo trata, não de observância, mas de julgamento por observância. Aliás, nem aparece a palavra “lei” em todo o capítulo. Ele discute atitudes de hereges colossenses sobre os quais nem se tem muita informação, e estes se punham a estabelecer regras rigorosas para a comunidade cristã, condenando o tipo de observâncias que mantinham. Muitos eruditos interpretam tais textos como referindo-se aos sábado cerimoniais, não semanais, pois se preocupam com a evidente e contraditória situação de Paulo indispor-se contra uma instituição de um dia de repouso, o que não faria sentido à luz do que Jesus disse em Marcos 2:27, 28, Apoc. 1:10 e a prática dos cristãos de observar o sábado (cf. Lucas 23:56).

10a. - Não há meios de se observar o sábado universalmente pois os esquimós, por exemplo, não têm pôr do sol em que se orientar para assinalar o princípio e fim dos dias.

Ponderações e perguntas para reflexão: Se há essas “dificuldades técnicas” para observar o sábado em todo o mundo, não fica implícito que Deus, afinal de contas, não é um Legislador tão competente pois não criou uma “lei perfeita”? Na verdade, Deus deu a Israel a ordem de ser Suas “testemunhas” (Isa. 43:10) e colocou a nação na encruzilhada do mundo para transmitir aos moradores de toda a Terra o conhecimento do verdadeiro Deus, Sua lei e Seu plano de salvação (Isaías 60:1-4; cf, Atos 13:47). Prova disso temos em Isaías 56: 6, 7, onde “os filhos dos estrangeiros” são especificamente convidados a acatarem o concerto de Israel, exatamente passando a observar o sábado.

O texto bíblico do relato da Criação estabelece claramente em Gênesis 1:14-19: "E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto".

Leiamos agora Atos 17:26: "De um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação". Desta passagem, à luz do texto de Gênesis acima mencionado, fica claro que o homem devia viver sobre a face da terra, dentro dos "limites de sua habitação", tendo o sol, a lua para governar-lhe a vida segundo o que é um "dia" ou uma "noite". Assim, os que vão habitar em regiões que não são assim governados regularmente, como no caso de alguma colônia submarina que fosse criada e pessoas ali passassem a habitar (fugindo desses limites traçados por Deus), ou se forem habitar noutro planeta ou estação orbital, claro que haverá exceções a essa regra divinamente estabelecida. Contudo, tais circunstâncias NÃO SÃO determinadas por Deus e sim pelo homem.

Não obstante, cremos que na Sua misericórdia os que passarem a viver sob tais circunstâncias não serão excluídos da atenção divina. Terão que empreender alguma pequena adaptação, pois levarão das regiões designadas para habitação do homem os elementos naturais (inclusive alimentos básicos) que ali não constam. Os habitantes dos pólos não têm os mantimentos vegetais que Deus designou também para o homem (Gên. 1:29), mas os obterão das regiões "naturais". É uma forma de adaptação do que Deus estabeleceu por circunstâncias por eles criadas.

Essa situação não afeta somente algum sabatista que ali fosse habitar. Os batistas dentre os esquimós ou lapões, por exemplo, terão que também adaptar-se para cumprir o que suas confissões de fé históricas estabelecem quando à observância do domingo, para homenagear a Ressurreição, pois terão que valer-se também das horas do relógio. Mas se algum "sabatista" tiver dúvidas sobre quando iniciar o seu sábado nessas circunstâncias fora do natural é fácil resolver o dilema: basta perguntar aos irmãos batistas, ou metodistas, que lhes informarão quando iniciam o seu domingo, e com base nisso o adventista do sétimo dia poderá calcular aproximadamente quando iniciar o seu sábado.

Considerações Finais
Examinando mais detidamente os dados bíblicos e históricos para constatar que a lei moral de Deus, com o seu 4o. mandamento, não sofreu qualquer alteração quando Deus prometeu escrevê-la no coração e mente dos que aceitam os termos do Novo Concerto (Novo Testamento), segundo Hebreus 8:6-10; 10:16 (cf. Jer. 31:31-33 e Eze. 36:26, 27). Assim, o sábado do sétimo dia segue sendo o “dia do Senhor”, pois nada há que justifique biblicamente a mudança de tal dia para o domingo como dia de observância dedicado a Deus.

A mudança, de fato, ocorreu, mas desautorizadamente, por motivos de apostasia da liderança da Igreja em Roma, para ser “politicamente correta” diante das severas medidas antijudaicas do imperador romano Adriano pelo ano 135 AD, fato reconhecido pelas mais diferentes autoridades históricas, inclusive do seio do protestantismo, e pela própria Igreja Católica, responsável por tal alteração da lei divina. Qualquer catecismo católico denunciará mudanças desautorizadas no Decálogo: o segundo mandamento, “não farás para ti imagens de escultura” foi inteiramente eliminado, e o mandamento do sábado foi substituído pela regra “Guardar domingos e festas”, que ocupa o lugar do 3o. mandamento.

Mas vejamos alguns “sinais de perigo”, que propositadamente vamos colocar em vermelho:

# A mudança do dia de adoração não tem fundamento bíblico, e o Dia do Senhor prossegue sendo o sábado do sétimo dia, como o Criador instituiu na Semana da Criação, em comemoração do Seu ato criador. O sábado é o selo de Deus (Ezequiel 20:12 e 20:20), de que fala Apocalipse 7:3.

# A observância do domingo, como dia de adoração, não agrada a Deus, e é uma homenagem à igreja de Roma, que o sustenta desde meados do segundo século, com o decreto de Constantino em 7 de março de 321 vindo reforçar a instituição, e uma homenagem ao poder que por trás dela está.

# O mesmo Deus que não muda (Malaquias 3:6), de cuja boca saiu o que é justo e cuja Palavra não voltará atrás (Isaías 45:23), e que prometeu que não fará coisa alguma sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas (Amós 3:7), o mesmo Deus que afirmou pela boca que Cristo que não veio revogar a Lei, e que até que o céu e a terra passem nem um i ou um til jamais passará da Lei até que tudo se cumpra (Mateus 5:17-18), esse Deus, coerente com Sua Palavra que não muda,

* jamais teria autorizado alguma alteração em Sua Lei (e a mudança do sábado do sétimo dia para outro dia é alteração da Lei) sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas (e nada há na Palavra de Deus que mostre essa revelação);

* jamais teria quebrado Sua Palavra, pois Ele não muda e ela não volta atrás, pois mentiroso e pai da mentira é Satanás, que distorce as Escrituras, retirando passagens do contexto para alterar o seu sentido.

10 Razões Por Que o Cristão Não Deve Alimentar-se Com Carnes Imundas

Azenilto G. Brito

Após submetermos ao público no Fórum I-Jesus nossas “10 Razões Por Que o Cristão Não Deve Alimentar-se Com Carnes Imundas”, baseadas sobretudo nas Escrituras, o que tivemos foi uma reação incrivelmente hostil, à base de argumentos sofísticos de uma “teologia das questiúnculas”, em que não se consideram as questões globalmente, com tantos debatedores perdendo de vista a floresta por causa das árvores.

É difícil entender esse espírito de tantos que se dizem cristãos que, vez de buscarem aprender o segredos da vida mais saudável segundo regras estabelecidas pelo próprio Criador, preferem preservar aquilo que lhes agrada mais às papilas gustativas.

Vamos reeditar as 10 razões mencionadas com observações e perguntas que as reforçam e refutam objeções levantadas:

1 – Porque a divisão de animais limpos e imundos vem de ANTES da legislação mosaica. Ao tempo do dilúvio Deus determinou a Noé: “De todos os animais limpos levarás contigo sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea” (Gên. 7:2). Assim, fica claro que não era regra exclusivamente voltada ao povo de Israel, limitada à legislação mosaica.

Observação: É relevante observar as quantidades dos animais limpos e imundos. Por que seriam 7 pares de animais limpos, e somente 2 de imundos? Obviamente é porque o consumo permitido de carne após o dilúvio requereria uma população maior de tais animais, com sua multiplicação natural permitindo suprimento necessário para a população consumidora humana. Os animais imundos não precisariam de tão grande população inicial porque não seriam destinados ao consumo pelo homem, enquanto vivesse sob orientação dos que buscavam obedecer às instruções divinas.

Os defensores do “liberou geral” sobre as leis alimentares não sabem explicar essa divisão de animais em limpos e imundos nos dias de Noé. Alguém sugeriu que isso seria apenas para sacrifícios, mas não conseguiu provar. E seja lembrado que os sacrifícios eram consumidos pelo ofertante sendo só com animais limpos, o que denota uma preocupação com alimentação aprovada que certamente se aplicaria a todos, em vista da própria proporção diferenciada de animais limpos e imundos preservados na arca.

Também se tem argumentado que em Gênesis 9:3 a ordem é que se comesse "tudo o que se move", o que incluiria os animais todos. Mas esta linguagem é mais tarde tornada clara, com a "regulamentação" da lei. Significava que se devia usar para alimento somente animais vivos, não os encontrados mortos (Deut. 14:21). Do contrário, se o "tudo o que se move" for para ser tomado literalmente, isso significa que se poderiam usar baratas, ratos, cobras e lagartos. . . Ademais, o próprio homem "se move", então estaria Deus criando um "liberou geral" quanto a regras alimentares tão liberal que até permitisse o canibalismo?

Perguntas para reflexão:

a] Por que o número de animais limpos conservados na arca era 3,5 vezes maior do que o dos imundos?

b] Por que a divisão entre animais limpos e imundos foi feita nos dias de Noé, sendo que não há como provar que isso era só para os sacrifícios?

c] Mesmo que fosse só para os sacríficios, a fim de terem animais limpos especialmente para tal sagrado ato, por que não o seria para a alimentação humana normal, sendo que o princípio divino é de que devemos glorificar a Deus com o que comemos (1 Cor. 10:31)? O que seria excluído de sacrifícios poderia servir para tal glorificação de Deus?

d] Se o "tudo o que se move" é para ser tomado literalmente, incluiria coisas tais como baratas, aranhas, ratos, cobras e lagartos, além do próprio ser humano, com exceção dos quadriplégicos, que nem com ajuda de muletas podem mover-se?

2 – Porque os objetivos da proibição divina visam à melhor saúde do povo escolhido: “Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara” (Êxo. 15:26). Deus liga a santidade de vida com as restrições alimentares impostas ao Seu povo: “Porque és povo santo ao Senhor teu Deus, e o Senhor te escolheu para lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a face da terra. Nenhuma coisa abominável comereis” (Deu. 14:2, 3) .

Os animais imundos, como porcos, cobras, lagartos, urubus, ratos, cumprem sua função ecológica, mas são portadores de enfermidades e apresentam outras problemas que os tornam insalubres para alimentação humana, como autoridades médicas têm constatado.

Observação: A breve discussão sobre “saúde=santidade/santidade=saúde” já diz tudo a respeito deste tópico.

Observação: No texto escatológico de Isaías 66:17 (referente aos acontecimentos finalíssimos da história humana) a Bíblia claramente diz que “Deus destruirá” os que fazem três coisas: praticam idolatria, comem carne de porco e de rato, coisas que Lhe são abomináveis. O texto é claríssimo em indicar que "todos esses", conjuntamente (praticantes da idolatria, de comer porco e rato) seriam aptos ao castigo divino, e o contexto fala das nações adversárias do povo de Deus sendo combatidas e derrotadas, “quando verão a Minha glória”, diz o contexto imediato. Finalizando o capítulo, temos uma descrição dos “novos céus e uma nova Terra” onde, por sinal, o sábado prosseguirá sendo observado, pois não haverá mais pecadores nesse ambiente onde “habita a justiça” (2a. Ped. 3:13). E o vs. 24, último do livro, é interessantíssimo pois nos explica Marcos 9:48, onde Cristo fala do “bicho que nunca morre” e do “fogo que nunca apaga”. Alguns tomam tal texto como prova de que Cristo ensinava a imortalidade da alma. Contudo, vemos que Ele estava apenas repetindo a metáfora de Isaías que trata hiperbolicamente dos cadáveres desses inimigos deixados insepultos, com os vermes os consumindo como se nunca tivessem fim, uma figura de linguagem evidente para aumentar poeticamente o horror da cena descrita.

Mas a linguagem de destruição dos violadores de Seus princípios, que afetem o corpo humano que é “templo do Espírito Santo”, repete-se no Novo Testamento (1a. Coríntios 3:16, 17).

4 – Porque temos o exemplo bíblico de um herói da fé que preferiu a morte a consumir carne de porco, como citado em 2 Macabeus 6:18-31: Eleazar preferiu morrer a consumir carnes proibidas, “deixando, por sua morte, não somente aos jovens, mas à grande maioria da nação, um exemplo de nobre coragem e um memorial de virtude” (vs. 31—Traduction Oecumenique de la Bible). Embora isto seja de um livro apócrifo, é importante fonte de informações históricas e lança muita luz sobre os usos e costumes judaicos ao longo de séculos e milênios de apego às ordens divinas, pelos fiéis.

Observação: Se esta questão de leis alimentares fosse irrelevante, o povo judeu não se preocuparia em conservar tal tradição tão claramente enfática quanto à necessidade de serem respeitadas, com um herói sendo lembrado por sua fidelidade em não renunciar às mesmas, mesmo sob a mais terrível pressão.

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5 – Porque as leis de higiene e saúde não tinham caráter prefigurativo. Não eram leis “cerimoniais” e não apontavam à expiação de Cristo na cruz. Os debates de Cristo quanto a questão “do que entra pela boca”, muitas vezes mal compreendidos, diziam respeito a regras de impureza cerimonial, e não de discussões sobre liberdade para alimentar-se de comidas imundas, nem de recomendação de “comer sem lavar as mãos”, o que não seria medida recomendável, do ponto de vista médico.

Observação: Por toda essa discussão, nunca os contradizentes conseguiram convencer quanto às razões por que as leis alimentares tinham que ser abolidas na cruz. A alegação de que representariam a “divisão” entre judeus e gentios é absurda, pois Deus não manteria em Sua lei um elemento de sentimentos humanos por Ele condenado, já que “não faz acepção de pessoas”. Ademais, a divisão entre judeus e gentios não era algo que Deus aprovava, pois Ele mandou Jonas ir pregar aos ninivitas e prometeu acolher os estrangeiros como membros da comunidade do concerto que Ele estabeleceu com Israel, a partir da observância do sábado por esses (Isa. 56:2-8). Claramente o projeto divino nesse caso era: "e a Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos".

E os que se valem das palavras de Jesus quanto ao “que entra pela boca” e não contamina o homem não sabem explicar algumas situações incríveis que se teria ante a forma como interpretam Suas palavras:

Perguntas para reflexão:

a] Como Jesus está ensinando algo contra princípios da lei que disse não ter vindo abolir, e sim cumprir (Mateus 5:17-19), além de recomendar que fossem ensinados “aos homens”, já que estaria entrando em clara contradição, tendo até que ser considerado “o mínimo no Reino dos céus”, à luz de Suas próprias palavras no vs. 19?

b] Onde existe a mínima indicação nas Escrituras de que a partir da cruz de Cristo, tendo supostamente abolido as regras alimentares, os cristãos passaram a consumir alimentos proibidos, inclusive coisas tais como ratos, cobras e lagartos?

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>6 – Porque na visão do lençol, de Atos 10, Pedro declarou que de modo algum consumiria animais imundos, como lhe apareceram num simbolismo dos gentios, os quais eram desprezados como “comuns ou imundos”, pelos judeus (ver Atos 10:10-16, 28 e 34). Portanto, ele demonstra que não aprendeu com Jesus ou seus companheiros apostólicos a alimentar-se daqueles animais.
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Observação: O claro objetivo da visão de Pedro não era liberar as leis de alimentação, e sim empregar um simbolismo chocante para impressioná-lo fortemente, como se vê que mais tarde ele ainda demonstrava quão arraigado era o seu preconceito contra os gentios (Gál. 2:11ss). O próprio Apóstolo interpretou o sentido da visão sem deixar a mínima pista de tratar-se de alguma nova regra sobre alimentação que Deus estipulava. Aliás, se isso tivesse que acontecer, não seria sequer a ocasião para tal nova instrução (ver 10:28 e 11:17).

Perguntas para reflexão

a] Se Pedro tinha que matar os animais, seriam todos do lençol para comer sozinho? Mas pelo visto eram muitos. Só uma cobra sucuri daria para alimentar todo o corpo apostólico. . .

b] Os animais eram literais, ou só surgiram na visão? Se fossem literais e o lençol foi recolhido com eles para o céu, significa que lá haverá baratas, urubus, porcos, ratos, cobras e lagartos?

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>7 – Porque entre as quatro regras determinadas pelo Concílio de Jerusalém (Atos 15) de questões de que os cristãos gentios deviam ABSTER-SE, embora sejam citados o consumo de sangue e carne sufocada, não se estabelece regra sobre coisas de que não havia necessidade de esclarecimento. Todos já sabiam que as carnes proibidas não eram alimentos válidos para o consumo dos cristãos. Paulo não tratou dessa questão ao discutir o problema das “carnes sacrificadas a ídolos” (1 Cor. 8). Caso ele quisesse indicar o fim das leis de restrições alimentares, valer-se-ia da ocasião para tratar disso, e jamais o fez. O que ele dizia era que não haveria preocupação com esse tipo de carnes por terem sido sacrificadas a ídolos pois “o ídolo em si nada é”. Os sacerdotes pagãos vendiam parte das carnes de seus sacrifícios para consumo público. Mesmo que também sacrificassem coisas tais como porcos, ratos, cobras, os cristãos saberiam selecionar o que se considerava real “alimento”, a ser recebido “com ações de graça” (ver 1 Tim. 4:3), excluindo aquilo que a palavra de Deus proibia.

Observação: O primeiro concílio cristão de Jerusalém é muitas vezes compreendido de forma exatamente contrária à forma como deveria sê-lo. Por exemplo, alguns se apegam ao que diz o vs. 5, sobre os judaizantes quererem forçar os cristãos gentios a observarem a “lei de Moisés” para aplicar isso discriminatoriamente a coisas tais como circuncisão, sábado e leis alimentares. Esquecem-se, porém, que tudo quanto se refere a “lei de Moisés” incluiria TUDO o que realmente representava tal expressão, como “não matarás”, “não furtarás”, “não adulterarás”, “honra a teu pai e a tua mãe”. . . Por que essa atitude de só aplicá-la àqueles princípios que não interessam?

Na oração de Daniel pelo seu povo, o profeta fala da “lei de Moisés” como contendo as maldições todas as desobedientes (Dan. 9:11, 13). Aliás, ele trata da “lei de Moisés” e “Tua lei” [de Deus] como sinônimo.

O fato é que o sentido contextual mostra que os judaizantes queriam impor costumes e práticas não mais aplicáveis por terem cumprido sua função prefigurativa, como a circuncisão. Mas houve outros debates quanto a elementos sobre que pairavam dúvidas, como se deduz das regras estipuladas nos vs. 20 e 29, e são as coisas de que os cristãos gentios deviam abster-se, não coisa que deviam praticar. Tais regras não são para substituir o Decálogo e demais normas não prefigurativas, e sim instruções específicas sobre aqueles itens em que dúvidas se manifestavam. E o importante nisso é que entre as coisas que não deviam praticar não consta o sábado! Fica com isso mais do que claro que o sábado não era para ser descartado, o que torna Atos 15 uma poderosa prova em favor, e não contra o sábado, como muitas vezes se interpreta.

E foram tratadas coisas relacionadas com comida, não se falando nada sobre descartar as leis de restrições alimentares. Pelo contrário, criaram-se regras adicionais, além de reforçar outras existentes, sem indicação de dispensa das anteriores, com elas relacionadas (Atos 15:20, 29). Isso prova que não pairavam dúvidas quanto às regras alimentares. Logo, não houve debates ou esclarecimentos adicionais quanto às mesmas.

E também há uma regra contra os "pecados sexuais". Ora, a reiteração de tal princípio, por razões não reveladas, em nada faz perder a validade a lei da qual o princípio foi citado.
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Perguntas para reflexão:

a] Por que quando o vs. 5 fala em “lei de Moisés” alguns imediatamente interpretam isso discriminatoriamente aplicando a regras que não lhes interessam ou convêm (sábado, leis alimentares, circuncisão), esquecendo-se que a expressão é bem mais ampla e também inclui o “não matarás”, “não furtarás”, “honra a teu pai e a tua mãe”?

b] Se o fato de haver seleção de alguns pontos de regras alimentares indicariam que SÓ ISSO prevaleceria, com a dispensa das demais leis atinentes a alimentação, o mesmo raciocínio não se aplicaria à regra de "pecados sexuais", ficando só esta regra a ser seguida de todos os 10 Mandamentos, eliminando-se os demais nove?

>8 – Porque, sendo o corpo do cristão o “santuário do Espírito Santo” (1 Cor. 3:16, 17; 2 Cor. 6:16), não deve contaminá-lo com aquilo que lhe seja prejudicial, já que devemos apresentar nossos corpos em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, que é o nosso “culto racional” (Rom. 12:1). Paulo também recomendou aos cristãos: “glorificai pois a Deus no vosso corpo” (1 Cor. 6:20).

Observação: Neste tópico nem foi incluído o importante verso de 1a. Corínitios 10:31: “Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. Mas o "glorificai . . . a Deus" mostra o conjunto de palavras "glória/glorificar" como tendo tudo a ver com nossa atitude no comer e no respeitar o santuário de Deus, que é nosso corpo.

As discussões de Paulo em 1 Coríntios 10 sobre alimentos tratam de comidas sacrificadas a ídolos. Os servos de Deus tinham instrução quanto ao que se consideraria alimento. Decerto eles não aceitariam convites (pois o verso 27 diz, “se quiserdes”) de quem consumia coisas abomináveis, como rato, cobras. E onde fossem convidados, a única preocupação mencionada é quanto a alimentos oferecidos a ídolos. Jamais ocorre a mínima pista ou discussão envolvendo a questão de carnes limpas/imundas no Novo Testamento, e os contradizentes tentam forçar o sentido de textos que tratam de outras questões, tentando justificar a sua visão de “liberou geral” das regras alimentares, mas sem sucesso.
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Pergunta para reflexão:

Como alguém pode glorificar a Deus no seu corpo pelo que come e bebe, alimentando-se de ratos, cobras, lagartos, porcos, coisas abomináveis ao Senhor até o fim da história humana, como revelado em tantas passagens?
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9 – Porque Cristo e Pedro apresentaram comparações e ilustrações envolvendo porcos, num sentido de desprezo e depreciação de tal animal, tanto na linguagem de Cristo sobre “lançar pérolas aos porcos”, como ao mencionar porcos como um dos elementos da mais baixa degradação a que chegou o filho pródigo, e ao expulsar os demônios fazendo-os incorporarem numa manada de porcos; Pedro fala da porca que, lavada, volta ao lamaçal (ver Mat. 7.6; 8:30-32; Luc. 15:15, 16; 2 Ped. 2:22).
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Observação: Este tópico até dispensaria maiores comentários, mas é interessante ressaltar as palavras de Pedro, o mesmo da “visão do lençol”. Anos depois ele trata o cão e o porco (que eram animais desprezíveis para os judeus) de modo a não indicar qualquer apreciação pelos mesmos.
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Pergunta para reflexão

Como iria Pedro alimentar-se de tais animais, sendo que mostra seu desprezo por tais criaturas? Será que Jesus expulsaria os demônios para animais, se fossem cabras, bezerros, galinhas, em vez de porcos em Marcos 5:1-14?.

10 – Porque dados científicos confirmam o caráter malsão dos animais enumerados em Levítico 11 e Deuteronômio 14, como os chamados “frutos do mar”, porcos, peixes sem escamas, indicando a superioridade da legislação mosaica: Rudolph Virchow, conhecido como ‘o pai da patologia moderna’, disse:

“Moisés foi o maior higienista que o mundo já viu”. Dependendo de conhecimento revelado, e destituído de equipamento científico, Moisés ensinou, em seus pontos essenciais, quase todos os princípios de higiene praticados hoje. Entre eles encontramos a prevenção de doenças, desifecção pelo fogo e pela água, controle epidêmico mediante denúncia e isolamento dos portadores de doenças contagiosas, seguida de completa desinfecção de todos os objetos possivelmente contaminados. O asseio pessoal era imposto e obrigatório o sistema de esgoto, de maneira que o arraial dos judeus era asseado como o são as cidades modernas. Conquanto se provesse exercício físico, impunham-se freqüentes períodos de descanso e relax para evitar o excesso de trabalho'". -- Dr. Owen S. Parrett, Diseases of Food Animals, p. 7 (Southern Publishing Assn. Nashville, Ten., 1939). -- Estudo composto pelo Prof. Azenilto G. Brito.

Observação: Há quem alegue que hoje em dia animais tais como porcos são tratados higiênicamente e os governos mantêm rigoroso controle sanitário que não permitiriam que carnes insalubres fossem vendidas ao público. Será que isso tem aplicação universal? As coisas são assim pela África, Ásia e todas as Américas?

Houve quem levantasse a objeção de que as regras sobre separação dos leprosos e outras medidas higiênicas teriam sido abolidas na cruz, mas isso não é dito em parte alguma. Certamente as regras cerimoniais quanto a quem tocasse leprosos terem que buscar abluções e ritos especiais foram abolidas, mas por que certas medidas, como de carregar uma pazinha quando alguém se abaixasse na terra, para cobrir depois os excrementos, estariam abolidas na cruz? Não é dito em parte alguma que medidas profiláticas desse tipo tivessem cessado na cruz. Apenas o que era de caráter RITUAL, as regras quanto a buscar purificação. Certamente os mesmos cuidados quanto a isolamento de leprosos foram mantidas, pois isso simplesmente não tem qualquer caráter prefigurativo do sacrifício de Cristo.

c] Por que a lei do dízimo é mantida após a cruz pela maioria das Igrejas, sendo que não fazia parte dos 10 Mandamentos? Não seria por não ter caráter cerimonial, tal como não o tinham as regras de alimentação?

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Isaías 1:19 - Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra.

O Senhor usa o profeta Isaías como porta-voz, lamentando a desobediência de Israel, no que se refere aos mandamentos divinos. No meio da reprovação, entretanto, o Senhor acende uma luz de esperança: “Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra.” (Isaías 1:19).

Bênçãos, naturalmente, sempre vêm acompanhadas de obediência. Nosso objetivo ao obedecer, entretanto, não deve ser simplesmente o de ser abençoado – porque, quando caímos nesta armadilha, nossa religião se transforma em mero balcão de barganha com o Senhor.

A grande bênção da obediência é o desenvolvimento de nossa saúde espiritual. A saúde da alma se reflete em todos os setores de nossa vida – o corpo, a família, a profissão, a escola, o esporte, o lazer. Por isso, é perfeitamente possível dizer que a obediência ao Senhor, que produz em nós saúde espiritual, pode ser encarada como “os melhores frutos desta terra”. As bênçãos do Senhor são uma conseqüência natural de nossa obediência ao Senhor. São os frutos da obediência.

Quer saber a Verdade ?

20 Erros dos Ensinos Espíritas Claramente Definidos

1o.) O uso da Bíblia só segundo pareça conveniente, incoerentemente segmentando o seu conteúdo, usando e abusando de seus textos, sentenças e mesmo palavras isoladas, sem levar em conta O TEOR GLOBAL de seu ensino, mesmo desqualificando-a como um livro indigno de confiança quando suas palavras não pareçam convenientes, encontrando “contradições gritantes” em sua mensagem, o que torna o seu emprego pelos próprios espíritas como injustificável, já que é um livro que não serve para defender doutrinas (a não ser as espíritas, em segmentos seletos).

2o.) A visão distorcida da Divindade, negando que tenhamos um “Deus pessoal” e deixando de entender que Deus não é só AMOR, como também JUSTIÇA. Esse tipo de Deus “Saci Pererê” do espiritismo (que se apóia só sobre uma “perna”—a do amor), com a imagem do Deus bíblico condenada como injusto por causa de relatos do Velho Testamento que espíritas não conseguem entender à luz de sua contextuação cultural, histórica, e dentro do TEOR GLOBAL do ensino bíblico, impede-os de realmente entender que na cruz houve o encontro de AMOR e JUSTIÇA (Salmo 85:10).

3o.) A visão até ingênua de que o Novo Testamento é superior ao Velho no que tange aos atos divinos, por causa do muito "sangue derramado" da primeira parte das Escrituras, quando no Novo Testamento há até mais sangue derramado, como nos relato das fulminantes mortes de Ananias e Safira (Atos 5), o apedrejamento de Estêvão (Atos 7:54-50), a morte de Herodes, comido por vermes (Atos 12:20-23), e especialmente nas descrições detalhadas do castigo final aos ímpios em Apocalipse, especialmente 14:19, 20 (o lagar do castigo com sangue que se espalha por quase 300 km), com ainda a festança das aves sobre as carnes dos inimigos do povo de Deus (19:20, 21). Estas passagens mostram a severidade do castigo divino, pois Deus não é só amor, mas também justiça, como já destacado no 2o. tópico, acima.

4o.) A negação da Divindade de Cristo, colocando-O na categoria de um ser criado, em vez de ser Ele próprio o Criador de todas as coisas, como lemos em João 1:1-3 (“todas as coisas foram feitas por Ele [o Verbo que Se fez carne], e sem Ele nada do que foi feito se fez"), confirmado por Hebreus 1:2. Cristo tinha o título de “filho do homem” e “Filho de Deus” pois falava segundo duas perspectivas--como o próprio Deus feito carne, de modo muito além de nossa limitada compreensão, e como o submisso “Servo sofredor” que aceitou assumir a taça do sofrimento e dor humanos para pagar o preço do pecado. Assim, ninguém terá desculpas no Juízo de que Deus não pode Ser um justo juiz por desconhecer por experiência própria as lutas e sofrimento do homem nesta vida. Ele conhece, sim, as nossas dores, pois foi “ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:5).

5o.) A noção de que Cristo veio trazer uma nova e revolucionária legislação, eliminando os 10 Mandamentos como normativos aos cristãos e trocando-os pela “lei áurea” de “amor a Deus” e “amor ao próximo”, quando em tal “lei áurea” Ele apenas repete o que Moisés já havia dito em Lev. 19:18 e Deu. 6:5, sintetizando a lei divina. Sempre, em todos os tempos, a lei de Deus teve como princípio subjacente o amor—a Deus e aos semelhantes, pelo que Cristo não apresentou nenhuma “novidade cristã” como pensam os espíritas e outros mais.

6o.) A não-adoção de sacramentos cristãos típicos e claramente instituídos ou endossados por Jesus Cristo, como o batismo e a Santa Ceia, confirmados por Paulo como essenciais para a expressão da fé no que Cristo realizou por nós, dedicação e reconsagração de vida segundo o Novo Caminho indicado na Palavra de Deus que é assumido por aquele que crê.

7o.) A negação da existência de Satanás e demônios a seu serviço, o que torna a Jesus um mentiroso, pois Ele deu testemunho claro da existência de tal ser ao dizer: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu” (Luc. 10:18), além dos muitos relatos bíblicos de Seus confrontos com demônios que expulsava. Foram muitos os vitimados por seu domínio que Ele libertou. Diferentes evangelistas relatam como Ele, quando confrontou o diabo no episódio da tentação no deserto, derrotou-o à base do Sola Scriptura. O “está escrito” foi a grande arma de Cristo, não realizações sobrenaturais, de que Ele poderia tranqüilamente valer-Se (ver Mateus 4 e Lucas 4).

8o.) A negação da condenação eterna aos pecadores impenitentes, já que se prega uma idéia de evolução constante pela qual os indivíduos aprenderão com os erros de uma vida para corrigi-los numa próxima existência, assim evoluindo na sua jornada pelas várias vidas mediante a reencarnação, com o que os malfeitos se eliminam gradualmente. Jesus, porém, advertiu: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mat. 7:13). E a linguagem de condenação eterna dos que forem até o fim sem se arrepender é claríssima em muitas passagens tanto do Velho quanto do Novo Testamento. O próprio Cristo anunciou que no final haverá a ressureição da vida e a ressurreição da condenação, e que os que não aceitarem a oferta de Salvação propiciada por Deus Nele irão perecer, pois “quem crê e for batizado, será salvo; quem não crê, será condenado” (João 5:28, 29 e Mar. 16:16).

9o.) A tese de salvação universal, noção que não inspira ninguém a crescer espiritualmente, já que sempre se pode deixar para depois o devido preparo e progresso ético, moral, espiritual, sendo que no final todos terão o mesmo destino, mais cedo ou mais tarde chegando lá. Jesus não disse para ninguém conformar-se em ser um cristão “mais ou menos” e sim desafiou a todos: “Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mat. 5:48).

10o.) A idéia de salvação dever-se às obras humanas, uma impossibilidade que contraria o TEOR GLOBAL do ensino bíblico, sobretudo diante da exposição clara, didática, insofismável de Paulo [o “codificador dos evangelhos”] quanto ao papel da graça de Deus. Esta é a única fonte de salvação, sendo as obras mera demonstração da genuinidade da fé salvadora. Qualquer noção de que obras humanas, imperfeitas como sempre serão, “contem pontos” para a salvação é uma afronta ao Senhor e Salvador Jesus Cristo. É o mesmo que dizer-Lhe que o Seu supremo sacrifício expiatório foi incompleto, daí precisamos acrescentar algo de nossa própria experiência à experiência Dele, num impossível paralelo do humano e imperfeito com o divino e absolutamente perfeito.

11o.) A negação do conceito de “pecado”, ante a alegação de que os homens é que formulam as suas leis, com o que a idéia de “lei de Deus” não faz sentido, por serem as leis “restritivas” e detrimentes à liberdade humana. A Bíblia, porém, ensina que “a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma” (Sal. 19:7) e que “pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4). Tal como as leis de um país nos informam sobre o tipo de governo que o dirige, a lei de Deus é um transcrito do Seu caráter. Assim como “Deus é amor”, Sua lei será de amor. E como Deus é justo, Sua lei será a máxima expressão de justiça. Ademais, a genuína liberdade só existe no respeito à lei divina, pois os que vivem sob a escravidão do erro e da maldade assim se acham exatamente por desconsiderarem tal lei, daí sofrendo severas conseqûências. As leis de Deus visam ao nosso melhor bem, e não a nosso prejuízo.

12o.) A negligência em dedicar o sétimo dia da lei divina—que tem os primeiros quatro mandamentos tratando do aspecto do “amor a Deus sobre todas as coisas” da “lei áurea”—ao Senhor, enquanto destaca só a segunda parte dessa “lei áurea”, do “amor ao próximo como a nós mesmos”. Jesus, porém, atribuiu peso idêntico a ambos os preceitos básicos. Aliás, Ele dá prioridade inclusive ao “amor a Deus sobre todas as coisas” (Mat. 22:36-40 e 10:37). Sendo que o sábado é indicado como “sinal” entre Deus e o Seu povo (Êxo. 31:17 e Eze. 20:12, 20), não contando com tal sinal (ou “selo”, cf. Rom. 4:11), os espíritas não podem identificar-se como pertencendo ao povo de Deus, especialmente quando negligenciam cumprir outras ordenanças típicas da fé cristã.

13o.) O apego à experiência sobrenatural, o “ver” e o “sentir” como base da fé, quando Jesus louvou os que creram sem ver ou sentir: “Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29). Muitos gostam de sentir-se “especiais”, “usados por Deus”, e espíritas convertidos ao evangelho de Jesus Cristo contam que uma das coisas que os atraíram a essa religião foi justamente a vaidade que lhes é incutida de terem dons de “mediunidade”, ou uma “missão a cumprir” entre os homens. Paulo acentuou, citando um profeta bíblico, que “o justo viverá pela fé” (Rom. 1:17, cf. Hab. 2:4).

14o.) A noção típica de todos os povos pagãos, do presente e do passado, de que o homem é um ser dualístico, formado por um corpo material e uma alma imortal, que prossegue viva e consciente na morte, quando o ensino bíblico é de que Deus criou o homem para viver como um ser físico, num paraíso físico, e que por conseqüência do pecado passou a experimentar a morte. A única forma de restaurar a vida é pela RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, que representa a vitória sobre a morte e a sepultura, como diz Paulo em 1 Cor. 15:54, 55. Entre a morte e a ressurreição nada existe, pois os que morrem, como no sono, nada sabem do que se passa, não têm conhecimento de coisa alguma e adentram o mundo do silêncio (Ecl. 9:5, 6, 10; Sal. 6:5 e 115:17).

15o.) A noção de reencarnação, negando o claro ensino bíblico de que só mediante a ressurreição dos mortos é que alcançaremos a vida eterna, apresentada como um dom de Deus nas Escrituras. O conceito de ressurreição final dos mortos é bem detalhadamente descrito em várias passagens, como Ezequiel 37, 1 Coríntios 15, 1 Tessal. 4:13-16. Aos que se habilitarem há a promessa de para sempre habitar nos lugares que Cristo prometeu preparar para os Seus fiéis, e que iriam ser ocupados quando Ele retornasse para vir buscar os Seus (ver Rom. 2:7; 2a. Tim. 1:10 e João 14:1-3).

16o.) A negação da volta de Cristo em glória e majestade, embora citem textos como Mateus 16:27 que fala claramente dessa volta, e muitos outros claros versos das Escrituras. E Sua volta é a única saída para tirar o homem do “aperreio” em que se acha, em decadência moral e espiritual clara e evidente, e não o progresso rumo a um róseo futuro, como indicado pelo espiritismo.

17o.) A própria idéia de que graças às contínuas reencarnações a humanidade só tem melhorado e só haverá de melhorar mais e mais no futuro, quando isso não só está inteiramente fora da realidade, com nega as profecias bíblicas, proferidas pelo próprio Cristo, que fala que os tempos que antecederiam Sua volta literal e visível seriam uma repetição da maldade de Sodoma e Gomorra, ou dos dias anteriores ao dilúvio. Isso é confirmado por Paulo, Pedro e outros autores bíblicos.

18o.) A possibilidade de comunicação entre vivos e mortos, sendo que a proibição divina é clara a respeito, tanto em Deut. 18:9-11 como séculos depois confirmada em Isa. 8:19, 20. Sendo que não há uma “alma imortal” que tenha consciência após a morte do corpo, e permanecerá como num sono inconsciente até a ressurreição, qualquer suposta comunicação entre vivos e mortos é claramente suspeita, e proibida por Deus que quis proteger o Seu povo de terríveis enganos satânicos nessa linha.

19o.) A noção de que o espiritismo moderno, desde o século XIX, seria a promessa do Cristo de que o Consolador seria enviado (João 16:7), quando o verso seguinte diz que tal Espírito teria a função de convencer o mundo “do pecado, e da justiça e do juízo”. E o vs. 13 declara que “quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”. Mas os espíritas NEM CRÊEM em “pecado”, nem em “juízo”, pois o sentido é claramente o que se harmoniza com o TEOR GLOBAL do ensino bíblico, e não reinterpretações extrabíblicas criadas para ajustar-se a pressupostos realmente alheios ao ensino de Jesus Cristo e Seus apóstolos. Nem os sinceros servos de Deus passaram a ser convencidos da “verdade, da justiça e do juízo” só a partir de Allan Kardec.

20o.) A prática comum de espíritas não só se considerarem “superiores” por não terem profissionais da religião, como porem-se a julgar com generalizações aéticas os demais religiosos como exploradores do povo, por causa do sistema de dízimos e ofertas nas Igrejas, atribuindo indiscriminadamente rótulos negativos a seus pastores, além de também tratarem os evangélicos em especial como “bibliólatras”, “fundamentalistas”, “bitolados” e outros títulos dessa linha, esquecendo-se do mandamento do Cristo, "não julgueis para que não sejais julgados" (Mat. 7:1).

Fonte: Azenilto

domingo, 26 de dezembro de 2010

JUSTIFICAÇÃO E A LEI

José Carlos Ramos



Nesta semana estudaremos Romanos 4 com prévia atenção a 3:31 (domingo). Paulo continua sua exposição da justificação pela fé mostrando, dessa vez, que nunca houve outro recurso de salvação senão aquele provido por Deus. A esse respeito o Antigo Testamento deu seu testemunho claro e irretorquível. Isso fica evidente da experiência de Abraão e Davi, dois vultos memoráveis da história de Israel, por demais estimados por toda a nação. De fato, desde a entrada do pecado neste mundo, justificação pela fé sempre foi o método de salvação. Os judeus acabaram enveredando para outro caminho por pura desatenção às Escrituras.


Infelizmente, ainda hoje permanece o falso conceito de dois caminhos de salvação. Já ouvi pessoas que se diziam conhecedoras da Bíblia afirmarem, com certa pretensão, que, antes de Jesus, a salvação era pela lei e que, depois passou a ser pela graça. Mas pergunto: houvesse outro meio possível de salvação, haveria necessidade de Jesus vir a este mundo, sofrer tudo o que sofreu e amargar a terrível morte de cruz? Tudo para nos salvar, quando, realmente, não precisávamos de tanto sacrifício? Como a lição demonstra já em sua abertura, a cruz é a maior evidência de que a lei não pode salvar, ao mesmo tempo em que não poderia ser alterada nem cancelada.


Com efeito, nem a lei no Antigo Testamento foi contrária à graça, nem a graça no Novo Testamento é contrária à lei.

I. A lei confirmada


É próprio considerar o texto de Romanos 3:27-31 um sumário das conclusões inferidas por Paulo daquilo que expôs nos versos 21-26:


(1) A jactância foi excluída (v. 27);
(2) A justificação é exclusivamente pela fé (v. 28);
(3) A salvação está disponível a toda a humanidade – judeus e gentios, no pensamento paulino (v. 29, 30); e finalmente,
(4) Pelo plano divino de salvação, a lei é confirmada (v. 31). “Anulamos , pois, a lei, pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei.”


Esse texto é interpretado de duas maneiras:


(1) “Lei” significa todo o Antigo Testamento. Justificação pela fé foi anunciada antes da cruz, na forma de promessa. O capítulo 4 comprova esse fato mais uma vez, já que a citação de Habacuque aparece em 1:17. Nesse caso, o v. 31 abre caminho para o argumento de Romanos 4, o que significaria que esse verso é um prólogo, ou ligação a esse capítulo. Essa hipótese remove a aparente digressão do capítulo 3 para o 4. Princípio exarado nesta interpretação: em lugar do Antigo Testamento ser anulado pelo Evangelho, é confirmado por ele. Em geral, os evangélicos adotam essa interpretação.


(2) O verso expressa um ataque, por parte de Paulo, ao antinomismo (conceito de que os requerimentos da lei não mais incidem sobre os crentes). Lei aqui teria o sentido da expressão da vontade de Deus, como revelada, por exemplo, nos Dez Mandamentos. Essa é, naturalmente, a posição adotada pelos ASDs.


Depois de falar tudo o que Paulo expôs sobre lei e justificação, alguém poderia raciocinar que a lei não mais teria lugar no plano de Deus. Paulo se apressa em contrariar esse raciocínio. Suas palavras rechaçam falsas inferências tiradas de sua teologia pelos que a ela se opõem. Ele já o fizera no v. 8.


Cremos que esta é a melhor interpretação, pelo menos por dois pontos principais:


(1) O verso 31 mantém uma relação lógica com o que Paulo apresentou antes. Muito natural seria a pergunta: então, o que aconteceu com a lei? Qual é sua situação atual? O que a fé fez com ela? Excluiu-a como fez com a jactância (v. 27)? aboliu-a?


(2) A estrutura do verso 31 combina mais com o que precede e não com o que vem em seguida: “Anulamos, pois [isto é, em vista do que acabamos de expor], a lei pela fé?...” Realmente Romanos 4 não necessita desse tipo de introdução, porque a digressão ali é apenas aparente, e não real. O 1º verso do capítulo 4 é transicional, não inferencial. A esta altura, seria mais que apropriado para Paulo defrontar o argumento judaico da filiação abraâmica e a questão da circuncisão, agora dentro de sua exposição do plano divino de salvação.


Bem analisada, a ideia de que a fé confirma o Antigo Testamento não é o que o apóstolo tem afirmado, e sim exatamente o contrário: é o Antigo Testamento que confirma a fé, e isso ele desdobra no capítulo 4.


A pergunta 2 nos remete aos versos 1-8 desse capítulo. Pelo que considerei anteriormente, ficou claro que não há diferença nenhuma entre os métodos de salvação num e noutro Testamento. Acrescento que em Romanos 4, Paulo substancia esse fato provando que a justificação pela fé não é uma verdade nova; que ela é exposta no Antigo Testamento, o apóstolo já afirmara no princípio da epístola (1:2, e o faz também ao final dela. Ver 16:25, 26), e com um texto específico ao introduzir seu tema (1:17). Então, ele se vale da experiência de Abraão, aquele a quem os judeus chamavam de pai e por cuja linhagem se sentiam os eleitos de Deus; e, de passagem, menciona também Davi (versos 6-8, a lição de amanhã), outro vulto ilustre dos hebreus, da descendência de quem esperavam o Messias.
Portanto, podemos considerar Romanos 4 uma comprovação não do que o apóstolo afirma em 3:31, mas em 3:21, que “a justiça de Deus” (de onde provém a justificação pela fé), é “testemunhada pela lei e pelos profetas”, as duas grandes divisões do Antigo Testamento. A experiência de Abraão ilustra o testemunho dado pela primeira divisão, a lei, enquanto as palavras de Davi ilustram o testemunho dado pela segunda, os profetas. Como afirmei, Davi é citado apenas de passagem, porquanto Paulo já se valera de um profeta, Habacuque, em 1: 17.

II. Graça ou dívida


A lição de ontem menciona como Abraão e Davi encontraram na graça o recurso para ser vencedores. Embora o primeiro, vez ou outra, tenha agido inadequadamente, Gênesis 26:5 afirma que ele foi obediente aos mandamentos de Deus. Também sabemos que ele aguardou com fé o cumprimento da promessa que Deus lhe fizera. Contudo, as “obras” de Abraão não foram imputadas a ele “para justiça” mas, sim, sua fé (15:16). Davi, por sua vez, pecou vergonhosamente no caso de Urias e Bate-Seba, mas, exclusivamente pela graça, alcançou plena restauração. Tudo o que Abraão e Davi obtiveram da parte de Deus lhes veio na forma de dom imerecido, indébito, fruto exclusivo da misericórdia. Nada do que Deus fez a eles foi como pagamento de dívida, porque Deus nada deve a quem quer que seja.


Quanto à maneira de Paulo expandir seu tema (v. 6-13), acrescento o seguinte em resposta à pergunta 3:


Paulo toca no controvertido tema da circuncisão, muito valorizada pelos judeus em termos de eleição e salvação. A abordagem da circuncisão é feita em decorrência do que ele fala acerca de Abraão.


Considerando a maneira pela qual o patriarca foi justificado, Paulo deixa claro que a circuncisão não pode ser tomada como condição para a justificação: Abraão foi justificado antes de ser circuncidado (v. 10); isto é decisivo na argumentação do apóstolo. A fé, portanto, antecedeu a circuncisão, tanto quanto Gênesis 15:6 antecede 17:10-14. É impróprio mesmo afirmar que a fé substituiu a circuncisão a partir da cruz. A fé foi sempre o meio da justificação.


Assim, Paulo usa o exemplo de Abraão para mostrar que a circuncisão veio apenas para confirmar o que já era uma realidade através da fé. E isso foi providencial para que o patriarca fosse considerado o pai de todos aqueles que creem, não importando se gentios ou judeus. O apóstolo conseguiu divisar um significado teológico para o fato de ter sido Abraão circuncidado depois de ter sido justificado: sendo justificado antes da circuncisão, ele adquire qualidades que o tornam o pai dos que, sem ser circuncidados, creem em Jesus. Ter sido posteriormente circuncidado o torna pai daqueles que, circuncidados, também creem em Jesus. Em outras palavras, a circuncisão não é nem condição nem impedimento para que alguém seja justificado.


Os cristãos judeus não haviam entendido esse importante detalhe quando Deus, no princípio, estendera o evangelho aos gentios.

Começaram a exigir que estes fossem circuncidados (At 15:1, 5). É possível também que alguns gentios já começassem a supor que a circuncisão fosse um obstáculo para que os judeus desfrutassem plenamente a salvação em Cristo. Nada disso, todavia, tinha sentido. Unicamente a fé era condição sine qua non para uma salvação disponível a circuncidados e incircuncisos (ver Gl 5:6; 6:15; 1Co 7:19). Por isso, Paulo afirmou: “Foi alguém chamado estando circunciso? Não desfaça a circuncisão. Foi alguém chamado estando incircunciso? Não se faça circuncidar” (1Co 7:18). Acho isso normativo para a evangelização de judeus hoje.

III. Promessa e lei


Nesta altura, Paulo adiciona outro ponto de consideração em seus argumentos. Estabelecido que Abraão foi justificado pela fé sem a colaboração da circuncisão, não há como sustentar que a promessa feita a ele e a seus descendentes, promessa que antecedeu mesmo a fé, haja sido com base nas obras da lei, uma vez que esta, na forma de um código, entrou em cena bem depois da própria circuncisão.


Não foi a justiça humana, auferida com base no cumprimento do direito, o fator determinante da promessa feita a Abraão, mas a justiça que decorre “da fé”. Como a promessa feita a Abraão define em última instância a salvação anunciada no evangelho, conclui-se mais uma vez que a justificação não ocorre segundo o ideal judaico, isto é, através das obras da lei, mas segundo o ideal evangélico, isto é, exclusivamente pela fé.


Para o grande apóstolo, portanto, permanece o fato de que Abraão foi justificado exclusivamente pela fé, e foi com base na justiça daí oriunda que a promessa de ser herdeiro do mundo lhe foi assegurada.


No verso 14, Paulo fala em termos de hipótese, e não de possibilidade, caso contrário, sua palavras não teriam sentido: “se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa.” Em outras palavras: não havendo fé, não há promessa. Mas não havendo promessa não há herdeiros, porque não há uma herança a ser recebida. Uma coisa resulta na outra. Nesse caso, os que são da lei seriam herdeiros de quê? Esta é uma forma bem impressiva de Paulo repetir o que afirmou em 3:20: “ninguém será justificado diante dEle por obras da lei...” Seu argumento aqui é praticamente o mesmo de Gálatas 2:21: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.” E sabemos que, se Cristo morreu em vão todos estamos igualmente perdidos.

IV. Lei e fé


Para Paulo, o papel da lei no processo da salvação é claro: ela suscita a ira divina face ao pecado (v. 15), de forma a salientar a situação extremamente desesperadora do pecador e realçar ainda mais a necessidade da graça. Esse detalhe (a lei suscitar a ira) substancia o que o apóstolo vem afirmando: “essa é a razão porque provém da fé, para que seja segundo a graça” (v. 16), porque se provier da lei, tudo estará perdido; não estará operando a graça e sim a ira. Embora a lei não seja contra a fé, ela combina com ira, enquanto fé combina com graça. Tem que ser pela fé, caso contrário não será por forma alguma.


É maravilhoso observar como, no raciocínio de Paulo, sua maneira de argumentar, ou de desenvolver seu tema, vai colocando as coisas em seu devido lugar. Ele demonstra que justificação pela fé não é simplesmente o meio mais seguro de salvação; é o único meio.


Não podemos esquecer que salvação começa aqui e agora. E a salvação não é no pecado, no sentido de que o crente vive agora assim como vivia antes ― uma existência voltada e votada ao pecado. A quem justifica, Deus torna justo. É por isso que o legalista jamais poderá desfrutar a alegria de cumprir a vontade de Deus como deve ser feita; ele simplesmente não tem condição de fazê-lo, pois não conta com o recurso da graça, o único poder que pode transformá-lo num autêntico filho de Deus.


É por isso também que Ellen G. White declara, como registrado na lição: “O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras... está na base de toda religião pagã. ... Onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado.” Então, simplesmente não podem ser obedientes à lei de Deus.


Em Gálatas 3:21-23 (e eu estenderia a leitura do texto até o v. 29), a exemplo do que transparece na mensagem total dessa epístola, o apóstolo afirma que a lei não é contrária às promessas de Deus (o que significa não ser contrária à fé), embora não possa conceder vida.
Pode parecer ironia, mas, na verdade, é precisamente porque a lei determina morte para o transgressor, que acaba sendo favorável à fé e às promessas; pois aí é realçada a necessidade do Salvador provido pelo glorioso plano divino de redenção. Em Jesus e por Jesus as promessas, aceitas inicialmente pela fé, alcançam cumprimento, sendo concedidas a todos os que creem (v. 22). Isso é possível porque Jesus é o verdadeiro “Filho de Abraão”, o centro motivador e realizador de tudo o que Deus prometeu ao grande patriarca. Daí Paulo chegar ao clímax de sua análise nesse ponto da epístola, ao afirmar: “... se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão, e herdeiros segundo a promessa” (v. 29). Louvado seja o Senhor!



V. Lei e pecado


A relação entre a lei e o pecado é definida em 1 João 3:4: “O pecado é a transgressão da lei”. A guarda dos mandamentos é a maior evidência de que uma pessoa deu as costas para o pecado, e agora conhece Jesus como resultado de íntima comunhão com Ele (2:3-6) motivada pelo intenso desejo de ser igual ao Mestre: “Aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como Ele andou” (v. 6).


Na realidade, de três maneiras a lei se relaciona com o pecado, tudo de acordo com sua tríplice função:


(1) Condenar o pecador – Quem tenta salvação pela lei só conseguirá uma coisa: a perdição, porque nenhuma de suas três funções é salvar. Muito ao contrário, como estamos vendo, ela incrementa a seriedade do pecado e fortalece seu poder destruidor (Rm 3:20; 4:15; 5:13, 20; 7:7, 8, 10, 11, 13; 1Co 15:56; Gl 3:10, 19). Em suma, ela condena o pecador à morte.


É verdade que o homem, por intuição, sabe que é pecador, e não precisa da lei para se conscientizar disso. Mas agora, atentando à lei, ele vê quão desesperadora é sua situação. Aliás, sem o conhecimento dos reclamos da lei, o pecador poderá até nutrir a ilusão de que está bem. “Outrora, sem a lei [isto é, sem um adequado conhecimento do que ela requer de mim] eu vivia...”, disse Paulo (7:9).


Antes de se encontrar com Cristo, o fariseu se imaginava cumpridor da lei, irrepreensível “quanto à justiça que há na lei...” (Fp 4:6). Mas quando ele entendeu os reclamos da lei à luz da própria vida de Jesus Cristo, o único que, diante dela, foi totalmente irrepreensível, ele sentiu quão desesperador era seu estado. Ele já havia dito que “... sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri” (v. 9). Nesse sentido, a lei incrementa o pecado: “...a fim de que, pelo mandamento, o pecado se mostrasse sobremaneira maligno” (v. 13).


É-nos dito também que a lei foi dada “por causa das transgressões” (Gl 3:19), ou seja, para desdobrar o pecado em atos específicos que a infringem. Antes de tudo, o pecado deve ser compreendido como condição pecaminosa. Com a lei, todavia, aquilo que é apenas condição, passa a ser também comportamento. Em outras palavras, a lei caracteriza o pecado como transgressão, e o pecador como transgressor. Isso, claro, amplia o conceito de pecado.


(2) Conduzir a Cristo – Nesta segunda função, a lei funciona como espelho (Tg 1:23, 24). Se alguém se olha nele e nota o rosto manchado, sente logo o desejo de se lavar (salvo se quiser continuar sujo). Não é o espelho o agente purificador, mas a água. Pode-se dizer, porém, que ele conduziu (ou induziu) a pessoa à água, quando lhe ressaltou a necessidade desta para se limpar. Desta forma age a lei. Ela condena o pecador mostrando-lhe os pecados (Rm 3:20; 7:7). Automaticamente, ele é despertado para a necessidade de um Salvador.


É mais ou menos como alguém que se julga são e vai ao médico. Lá, descobre que está gravemente enfermo. Devemos, então, ajuntar que o mesmo médico o induz à cura, por lhe indicar o remédio que o restabelecerá. Estritamente falando, não é o médico quem o cura, mas o medicamento que toma, ou o tratamento que faz; agora, seja o medicamento, seja o tratamento, a indicação é do médico. É precisamente isto o que ocorre também na vida espiritual em relação à lei, o pecador e a salvação. Primeiramente, a lei demonstra que ele está “gravemente enfermo”, e em seguida lhe prescreve o meio de cura ― Jesus. Assim, o pecador é induzido a ir a Cristo (Gl 3:24), onde encontra a solução para seu problema.


Esse fato é o mesmo referido na lição. Esta enfatiza que é o evangelho que indica o remédio, a solução para o pecado ― Jesus. Mas, de toda maneira, a lei continua exercendo sua função de ressaltar a necessidade de um Salvador. Como a própria lição afirma, “se não houvesse lei, não haveria pecado, e então, de que seríamos salvos?”


Em outras palavras, em lugar de ser contra o evangelho, a lei trabalha a serviço dele. Essa é sua segunda função.


(3) Servir de padrão moral – Recebido e salvo por Jesus, o pecador passa a ser nova criatura. Sua vida atual é bem diferente da antiga. Antes vivia no pecado, isto é, transgredindo a lei. Agora, ele está morto para o pecado (Rm 6:1 e 2), ou seja, para a transgressão, e Cristo está vivendo nele (Gl 2:20), de maneira que a vida obediente de Cristo passa a ser a do pecador. Como Cristo regeu Sua vida pelos princípios do governo de Deus, assim também ele se deixará reger por esses princípios.


Portanto, a lei de Deus passa a ser sua norma de vida. Ela ainda serve de espelho, mas não para lhe mostrar as velhas manchas do pecado (das quais ele foi lavado no sangue de Cristo), mas para lhe revelar se ainda continua “com o rosto limpo”, isto é, no estado de inocência e pureza em que se viu envolvido quando Jesus o justificou pela fé. Voltando à ilustração do médico, o paciente descobriu que está seriamente enfermo, ficou bom ao tomar o remédio que o médico lhe indicou, e então retorna a este para saber se continua bem. E é claro, esta terceira função a lei cumpre quando ela é considerada não apenas como um código de ética (um dos problemas dos judeus no tempo de Paulo), mas como ela é em Jesus, avaliada pela vida que Jesus viveu. Falando noutros termos, nosso autêntico padrão é Cristo e não meramente um código de ética.


É verdade que a pessoa salva pela fé continua pecadora e continuará a ter seus momentos de fraqueza, seus lapsos e “delitos”. Mas ela estará sempre se valendo dos recursos da graça (ver 1Jo 2:1), e, assim, avançará em sua experiência cristã, rumo à semelhança com Seu Salvador. E isso é o que Deus propõe a cada um de Seus filhos.



Pastor e professor do SALT ora jubilado. Engenheiro Coelho, SP,